Publicado em: 20 de abril de 2021 | Categoria: Viver Bem

O luto coletivo nas grandes tragédias

No mundo inteiro, não há ninguém que não esteja imerso nas transformações que a pandemia tem causado em nossas vidas. São inúmeras incertezas e milhares de famílias enlutadas pelas perdas abruptas que a Covid-19 tem causado. Uma tragédia de tamanha extensão que não há uma pessoa que não tenha sofrido uma perda ou conheça alguém que perdeu um ente querido para o coronavírus.

Trata-se de um processo de luto coletivo em que todos nós estamos passando juntos. E mesmo quando a tragédia não aconteça diretamente conosco, a perda em massa de vidas tende a despertar a empatia presente no ser humano, pois sabemos que a dor se torna mais leve quando compartilhada.

Para os brasileiros, principalmente, sentimentos parecidos vieram à tona em outras grandes tragédias como o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), o incêndio na boate Kiss em Santa Maria (RS) ou a queda do avião com os jogadores da Chapecoense. Casos como esses mexem com todos nós, apertam o coração e deixam marcas na sociedade.

Lutos na pandemia

Pensar sobre a morte e o luto costuma ser visto como um tabu. São assuntos que geralmente são velados quando, na verdade, deveriam ser tratados com respeito e naturalidade. Afinal de contas, são temas que atravessam a vida de todo e qualquer ser humano.

Na pandemia da Covid-19 ficou mais difícil não falar sobre luto, tendo em vista que ele permeia a todos nós neste momento, seja de maneira direta ou indireta.

Além das vidas perdidas, os ritos de despedida mudaram, planos tiveram que ser reformulados e realidades se transformaram completamente. Não há como calcular a extensão do processo de luto coletivo em que a pandemia nos colocou.

Mas mesmo quando o luto é universal e coletivo, ele ainda é um processo individual e muito particular de cada um. Por isso:

Procure ajuda

O desgaste mental e emocional que todos temos vivido precisa do nosso cuidado. E só conseguimos cuidar daquilo que temos conhecimento.

Não deixe de olhar com atenção para a sua saúde física e mental, procurando manter uma rotina saudável em prol do seu bem-estar.

• Busque um profissional da Psicologia e, se necessário, da Psiquiatria em quem você possa confiar. Eles têm a experiência e o conhecimento necessários para oferecer o suporte que você precisa. Pedir ajuda é um ato de coragem. Você também pode participar de grupos de apoio, como o oferecido pelo projeto A Vida Não Para do Crematório e Cemitério da Penitência. Clique aqui para mais informações.

• Converse com familiares, amigos e colegas sobre a sua dor. Ter uma rede de apoio neste momento tão delicado é muito importante para nos sentirmos acolhidos e amparados. Você não precisa passar por isso sozinho.

• Se for preciso, marque na agenda um tempo para cuidar de si: medite, ouça suas músicas preferidas, alongue-se, assista um filme, faça uma refeição caseira. São nesses momentos em que também podemos conversar melhor com nosso próprio luto e entender claramente o que precisamos para seguir em frente com a dor.